Demorei um pouco para escrever o nosso segundo diário de uma mãe de primeira viagem, primeiro diário aqui, mas estávamos no processo de completa adaptação, tanto do bebê com o mundo e a gente, como a gente com ele nesse novo mundo. Agora, passados os primeiros dois meses, inúmeras trocas de fralda, ter aprendido a dar banho, crises de cólica e rotinas do sono depois, a sensação é de que faz muito mais tempo, é como se ele sempre fez parte da nossa vida.
Outra coisa que aprendi nesse tempo é que eu não sou tão frágil como as pessoas pensam, mas também não sou tão forte quanto imaginava ser. Por que faço tal afirmação? Bem, acredito eu estar conseguindo ser uma boa mãe, ou melhor dizendo, sendo apenas uma mãe real, que conseguiu vencer o medo de banhar o seu pequeno sozinha, que acorda no meio da madrugada ainda com sono, e ainda assim sente uma sensação impossível de expressar com palavras, mas que, ao mesmo tempo, não conseguiu conter e derramou algumas lágrimas ao ver o filho chorar com as terríveis e temíveis cólicas, que desejou como nunca que a sua mãe ainda estivesse nesse plano, mas que teve ainda mais certeza de que, lá de cima, ela olha por nós.
Felizmente passamos a fase mais difícil das cólicas. Com paciência, um medicamento receitado pela pediatra e muita bolsa térmica na barriguinha do pequeno, superamos a crise. Ah, além disso, estou numa dieta de zero lactose. Difícil? Podem apostar que sim, mas por seu filho uma mãe aguenta qualquer parada e vê-lo dormir tranquilo e sem dor é algo que não tem preço.
Outra coisa que me deixa feliz, fazendo suportar dieta sem lactose e comer todos os ovos de páscoa apenas com o olhar – hehehehe – é o fato de está alimentando meu baby apenas no peito. Eu tinha muito medo de não ter leite, mas, com três dias de nascido veio. Além disso, superando achismos de que meu leite “não estava sendo o suficiente”, já que ele tinha/tem muita fome, o complemento não foi e nem é necessário. Prova disso, a própria pediatra verifica a cada consulta, com ele ganhando peso e crescendo saudável e eu tendo leite o suficiente para amamentá-lo em livre demanda, ou seja, ele pede, eu dou!
Vou fazer um diário de uma mãe de primeira viagem especial sobre o processo da amamentação, pois sem dúvida merece. Aguardem 😉
Nós tivemos companhia até o inicio do segundo mês – primeiro o papai ficou duas semanas com a gente, depois a vovó paterna ficou dez dias e depois, por um mês, tivemos a assessoria da pessoa que me ajudava lá em Recife. Obrigada papai Felipe, vovó Áurea e tia Solânea, mas agora somos só nós três durante o dia todo: Felipinho, Steve e eu.
Por falar em Steve, o filhote de quatro patas, superada a fase do ciuminho, ele tem me saído uma excelente babá, hahahaha… Sério gente, no primeiro choro do bebê ele corre para o quarto e late, como se me chamasse. Ainda não permitimos muito contato, diga-se lambidas, só cheirinho no pé, mas, em momento algum, segregamos o peludo. Ele tem acesso liberado, desde o primeiro dia, a todos os ambientes da casa, como sempre teve, inclusive deita-se ao meu lado na hora da amamentação. Agora, só esperando o momento de vê-los juntos como amigos, ou melhor, como irmãos.
Agora estamos na fase de criar a rotina do sono, tanto das sonecas diurnas, como do soninho da noite. Entre diversas teorias, e depois de ver que na prática elas são outras, estamos encontrando o nosso caminho, o nosso jeito. Ontem ele dormiu às 23h e só acordou às 5h e, depois disso, só às 9h. Se hoje vai ser igual?, não faço ideia, mas o importante é continuarmos a repetir o processo dia a dia, sempre com a convicção de que cada criança é única e que cada mãe e capaz de criar a sua própria teoria/prática.