No nosso Diário de uma mãe de primeira viagem de hoje vou falar um pouco da nossa experiência pessoal de como foi, e como ainda está sendo, o processo de adaptação dos nossos dois filhotes: Steve, o primogênito de quatro patas, e Felipinho. Falo experiência pessoal, pois não trago nenhuma dica infalível ou muito menos de profissional, trata-se apenas de como a família se rearranjou para uma convivência pacífica, integrada e cheia de amor entre todos os membros.
Quando escrevi que “está sendo” é porque, a cada dia, vivemos um momento diferente, que nos ensina e mostra o melhor caminho a seguir. A adaptação começou ainda na barrida. Tão logo soube que estava grávida comecei a fazer com que Steve participasse e interagisse. Conversava, mostrava, colocava ele junto do meu ventre e, mesmo que muita gente não acredite ou ache bobagem, sei que ele entendia.
Uma coisa que ouvi quando falei da chegada do bebê foi: e o que vocês vão fazer com o cachorro? Mas como assim gente, ele é da família, a única coisa a ser feita é adaptação, tal qual fosse outra criança. Ouvi ainda o absurdo de que eu não poderia mais ficar com o cachorro, que teríamos que “nos livrar” dele. Absurdo esse que nunca sequer passou pelas nossas cabeças, afinal não se livra dos FILHOS.
Ouvimos ainda várias “dicas” e “técnicas” do que deveria ou não ser feito, mas nós resolvemos seguir a intuição e o coração. Quando o pequenino começou a mexer dentro de mim, foi impressionante a reação de Steve, cheirava, ficava junto e, não restou mais dúvida, ele entendia e entende o que acontece. Todas as roupinhas e objetos comprados para o bebê foram primeiro apresentados a ele. Todos os momentos, em que era possível, ele estava junto.
No primeiro dia de Felipinho em casa fizemos assim: Felipe entrou com o bebê e eu, como sempre, fui recebida pelo peludo. Enchi de beijo e, logo depois, apresentamos os dois, com direito a cheirinho no pé. A partir de então eles passaram a conviver juntos. Não restringimos o acesso de Steve a nenhuma parte da casa, ele continuou “reinando” como antes. Com restrições ao carrinho, berço…
Claro que rolou e rola um ciuminho, mas fazemos questão de mantê-lo, o peludo, sempre perto. Os banhos de sol são feitos nós três juntos. Na hora da amamentação, ele fica do lado. De um jeito ou de outro, com cuidado e atenção, incluímos nas brincadeiras. Sabemos que cada fase vai demandar atitudes diferentes, mas nos manteremos assim, juntos e cheios de amor um pelo outro. Queremos que nossos filhotes sejam mesmo “irmãos”. O amor pelo próximo, pela natureza e pelos animais é, sem dúvida, uma das grandes heranças que queremos deixar.