Concluí o meu curso de jornalismo em dezembro de 2004 e, por questões de primeiras necessidades, deixei a vida acadêmica para depois. Então o depois começou a demorar… E quando tive vontade me faltou dinheiro, quando tive vontade e dinheiro me faltou tempo e quando tive tempo e dinheiro achei que não era mais o momento. Assim segui, achando que os bancos universitários não eram mais para mim. Mas então, em mais um plot twist da minha vida, 14 anos depois cá estou eu fazendo college no Canadá.
Exatamente, além de todo o tempo, conhecimentos práticos na minha área e mudanças no sistema de ensino voltei à vida acadêmica. Mas não foi uma simples volta, foi um reinicio em um novo país, com uma cultura totalmente diferente da minha e tendo que estudar em uma nova língua, na qual não sou fluente. Vencidos todos os iniciais desafios do primeiro semestre, e como esta semana iniciei o segundo, resolvi compartilhar um pouco da experiência por aqui.
Para começar, escolhi um curso que não fosse muito distante da minha área de atuação, até porque acho que comunicar é minha única razoável habilidade. Também não queria fazer outro curso de jornalismo, não por falta de amor, mas porque queria algo que agregasse para mim num futuro aqui no Canadá ou de volta ao Brasil. Depois de muito pesquisar e pensar, escolhi o curso Advertising and Marketing Communications Management – algo tipo publicidade e gerenciamento de marketing no Brasil – na instituição de ensino Centennial College aqui de Toronto.
Como falei mais acima, o início foi um grande desafio. Tudo é bem diferente de quando fiz faculdade, incluindo meu físico e psicológico, hahahahaha… E, além da barreira da língua e da cultura, precisei enfrentar a barreira da idade (sou a mais velha numa turma com muitos recém-saídos da high school) e de todo o meu background. Sim, experiência é muito bom, mas também pode prejudicar você, uma vez que, muita coisa já enraizada se torna ainda mais difícil de mudar ou adaptar.
Além disso, agora preciso gerenciar a vida de estudante, com aulas, testes, tarefas e trabalhos com a vida de mãe, esposa e dona de casa. Felizmente ainda não estou trabalhando, e não vou pensar o quanto será ainda mais difícil, só irei pensar nisso quando realmente tiver que adicionar mais esse fator à conta. Por enquanto, os cálculos para equilibrar tudo já são mais que suficientes. Como por exemplo, fazer os trabalhos enquanto o pequeno dorme, ou com ele distraído em alguma brincadeira, me chamando e me fazendo parar a cada cinco minutos, ou ainda fazer uso das habilidades do marido em meu auxílio (faz parte).
Ao todo serão seis semestres, mas ao invés de pensar “agora só faltam cinco” (tá, às vezes eu preciso pensar assim), estou tentando absorver o máximo que posso e, depois de um início difícil, acho que consegui me adaptar e atingir um certo nível de equilíbrio nas coisas. Inclusive, meu estilo pessoal jornalista de ser, que me atrapalhou um pouco nos primeiros dias, agora estou conseguindo usar ao meu favor e o semestre 1/6 foi concluído com sucesso. Agora, é torcer para chegar até o fim com bom rendimento e resultados (notas).